A pancada aplicada no pandeiro, ai que dor O skindô que dor dá no batuqueiro Centra a corda e no surdo o couro Come iskitum País nenhum no horror Sacoleja o azar pra longe ginga Diz que dá pro seu santo o que sobra em pranto e pinga Mas se é pro bem, mas pro mal não quer mandinga Na raiz popular que Iaiá enche a moringa Samba no pé Vem de dentro do mar Vem do rio e da restinga Quando parece morto no bolso sai coringa Samba no pé Samba no pé De esguelha na orelha do pandeiro, ai que dor Esse calor me lembrou do cativeiro, ô Eu sou negro e com a arma da risada, elegum Não mas nenhum sinhô Vai dizer o que é bom no meu terreiro Ou transformo a careta da mala num pandeiro Não, não nasci em dezembro Não vivi no mosteiro Nós brotamos da terra no mês de fevereiro Com samba no pé Sinto orgulho do meu sangue afro-brasileiro Eu só tenho de meu, minha cor e esse pandeiro Samba no pé Samba no pé