Baixar a voz nunca fez proteção
Fechar os olhos pro mundo nunca nos impediu de tropeçar
O sangue que escorre é sempre o mesmo
E as cicatrizes são sempre nossas
Essas mãos construíram as cidades onde hoje
Nossos corpos envelhecem
Nos urbanos caixotes de concreto
Ou nas lavouras que desertificam
O que muda além da paisagem
É o veneno que se respira no ar
É preciso coragem pra ver e sentir
É preciso coragem pra andar
É preciso coragem pra admitir
Coragem!
A segurança que se faz plantando o medo
No aço quente que rasga as entranhas
Seu sagrado lucro
É o repetido desespero
De quem sempre pagou a conta
É preciso coragem pra ver e sentir
É preciso coragem pra andar
É preciso coragem pra admitir
Coragem!
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