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O Primeiro e o Último Mate

Vantuir Cáceres

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Eu sou do tempo em que a infância
Se relegava aos brinquedos
Na conversa dos adultos, guri não metia o dedo
Obedecia aos mais velhos, fosse qual fosse o senão
Não tinha vontade própria nem ganhava o chimarrão

Quando fiquei mais taludo, olhava a cuia rodando
E o meu avô, velho sábio, ficava me observando
Um dia esquentou a água, cevou a erva e, no embate
Do seu olhar com meus olhos, serviu meu primeiro mate

Agarrei aquela cuia como quem pega um troféu!
Ergui meus olhos da terra pra me encantar com o céu
Eu devo àquele momento, muito do pouco que sou
E, em cada mate, eu encontro os olhos do meu avô

Ao passo lerdo das horas, fui, pouco a pouco, crescendo
Enquanto os piás viram homens, há homens envelhecendo
A vida é que nem o mate, que principia espumando
Sacia as sedes da alma e, aos poucos, vai se lavando

Um dia vi que seus olhos já não brilhavam tão forte
Talvez enxergasse a sombra do manto negro da morte
No seu derradeiro leito, chegando para o arremate
Eu vi que o velho gaúcho sentia falta de um mate

Embora lhe proibissem, tomei pra mim esse encargo
Se não havia esperança, pra que privá-lo do amargo?
Jamais esqueço seus olhos, olhando os meus, sorrateiros
Cevei o último mate pra quem me deu o primeiro

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